Números das finanças do futebol brasileiro 2025

O futebol brasileiro viveu um 2024 de contrastes, com crescimento em algumas áreas e desafios persistentes em outras. Abaixo, reunimos os principais números e dados sobre o cenário atual do nosso futebol, extraídos diretamente do relatório da Convocados Gestora de Ativos de Futebol, Outfield Inc e Galapagos Capital.

Modelo SAF no futebol ainda não garante sucesso, diz relatório

Despesas crescem acima da inflação e pressionam clubes da Série A em 2024

Recorde histórico e desafios: receita dos clubes da Série A alcança R$ 10,2 bilhões em 2024

A receita anual com transferências de atletas alcançou R$ 2,3 bilhões. Já as receitas totais em 2024 foram de R$ 5,1 bilhões para a Série A e R$ 1,3 bilhão para a Série B, somando um total de R$ 10,2 bilhões.

Os investimentos em contratações de atletas na Série A atingiram R$ 3,4 bilhões. Apesar dos números expressivos, o relatório destaca que os custos com salários nos clubes da Série A são elevados e continuam sendo um dos principais fatores de pressão financeira.

Em relação às dívidas, a situação é preocupante: o endividamento total dos clubes da Série A chegou a R$ 14,6 bilhões em 2024. Além disso, as perdas líquidas dos clubes da Série A no ano foram de R$ 1,3 bilhão, revelando um quadro financeiro ainda muito frágil.

O relatório também destaca a estrutura e o modelo de gestão dos clubes. Apenas 17% dos clubes brasileiros estão estruturados em modelos empresariais, como Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ou Ltda. As receitas da Série A representam apenas 19% das receitas geradas pela Premier League, a principal liga europeia, o que escancara a distância entre o futebol nacional e o modelo europeu.

Outro dado importante é o crescimento no número de clubes profissionais em atividade no Brasil, que chegou a 690 em 2024 — um aumento de 10% em relação ao ano anterior e de 31% em comparação com anos anteriores. Destes, 455 clubes atuam exclusivamente na formação de base, mostrando a força desse segmento para a renovação e profissionalização do futebol nacional.

O futebol feminino também ganha espaço no relatório, que destaca que o número de clubes femininos segue em crescimento, ainda que os dados exatos não tenham sido detalhados nas páginas analisadas.

Por fim, a evolução dos clubes empresariais e das SAFs tem atraído cada vez mais investidores. Há um crescimento evidente no número de clubes estruturados como empresa, especialmente entre aqueles que atuam exclusivamente com categorias de base.

Esses números reforçam a necessidade de mudanças estruturais e maior profissionalização do futebol brasileiro. A dependência de receitas variáveis, as dívidas crônicas e a falta de um fair play financeiro efetivo ainda são barreiras para um futuro sustentável. Os números são um retrato do potencial e das dificuldades que cercam o futebol nacional, exigindo estratégias mais sólidas e responsáveis para garantir que o talento dentro de campo seja acompanhado pela saúde financeira fora dele.

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