O Vôlei Renata volta à quadra nesta quarta-feira (26) para um confronto importante pela Superliga Masculina. O time encara o Itambé Minas, às 21h, na Arena UniBH, em Belo Horizonte. O duelo marca mais um capítulo do bom momento da equipe campineira, que chega embalada por cinco vitórias consecutivas.
Ao mesmo tempo, o jogo coloca em evidência uma dupla que tem se tornado essencial nessa fase: Lukinha e Bandini. Os dois líberos vivem momentos distintos, mas complementares, e ajudaram a solidificar o sistema de passe do time.
A dupla que mudou a dinâmica do Vôlei Renata
A sequência positiva do Vôlei Renata também passa pelos dois jogadores responsáveis por iniciar praticamente todas as construções ofensivas: os líberos.
Lukinha, o atleta com mais jogos na história do projeto, precisou se afastar de três partidas por causa de um edema ósseo na costela. Nesse período, o jovem Bandini assumiu a vaga e aproveitou a oportunidade.
Ele estreou como titular justamente no momento em que o time engrenou. Participou das vitórias diante de Guarulhos, Sada Cruzeiro e Joinville. No confronto contra o Cruzeiro, inclusive, terminou o jogo com mais de 80% de passe AB e levou o troféu Viva Vôlei.
Na última rodada, algo inédito aconteceu. Os dois se revezaram em quadra com funções bem definidas: Lukinha entrou para passar, enquanto Bandini ficou responsável por defender. A estratégia funcionou, e o Vôlei Renata superou o Sesi.
Lukinha reconhece que a adaptação exigiu concentração.
“A posição de líbero é muito específica. São características técnicas que não se comparam ao restante da equipe. Em mais de 20 anos de carreira profissional, nunca tinha vivido uma situação de revezar apenas para passar. Foi preciso foco para entender a estratégia”, disse.
Números que justificam o destaque
A aposta no revezamento não aconteceu por acaso. Os dois aparecem no topo das estatísticas da Superliga Masculina.
Mesmo com apenas três jogos completos, Bandini lidera o ranking de passadores, com 75,3% de aproveitamento. Lukinha aparece na terceira posição, com índices próximos a 70%.
O veterano vê os números como reflexo da disciplina tática.
“Cada bola pode decidir o ponto. Quando conseguimos precisão na saída de jogo, aumentamos a efetividade de todo o sistema. O conjunto pesa, mas o detalhe técnico faz diferença”, completou.
A trajetória de Bandini até o alto nível
O jovem líbero de 20 anos tem uma história que ajuda a explicar sua evolução rápida.
Natural de Tabatinga, no interior paulista, Bandini iniciou no vôlei aos 14 anos. Ele havia sido convidado pelo treinador da cidade para abandonar o futebol e tentar o vôlei na escola. Passou na peneira de Mauá como ponteiro e chamou a atenção da técnica Patrícia Appolinario durante competições estaduais.
“Comecei a disputar o Paulista e a me destacar. Decidi mandar uma mensagem para o projeto do Vôlei Renata, porque já acompanhava o time e sabia da qualidade. Passei na peneira como ponteiro. No mesmo ano, o Horacio me chamou para o adulto, e foi aí que comecei como líbero”, relembrou.
Hoje, Bandini convive com atletas que ele admira desde adolescente.
“Se me perguntassem aos 14 anos, eu não imaginaria jogar ao lado de nomes tão grandes. Treinar com o Lukinha faz muita diferença. É uma referência diária. Isso acelera minha evolução”, afirmou.
Como chega o Vôlei Renata para o confronto
O time de Campinas ocupa a terceira posição da Superliga, com 17 pontos, e ainda tem um jogo a menos em relação aos líderes. A sequência positiva dá confiança, mas o desafio em Belo Horizonte é considerado um dos mais duros da temporada.
A delegação viajou na terça-feira e encerra a preparação com dois treinos na Arena UniBH antes da partida.
O confronto promete medir força, regularidade e a eficiência da dupla de líberos que se tornou peça-chave no sistema do Vôlei Renata. A expectativa é de uma partida equilibrada, marcada por ritmo forte e poucos erros.
