Inspiração para crianças, tenista de 19 anos evita projeções de longo prazo, mas se anima com a possibilidade de participar dos Jogos Olímpicos
João Fonseca vive um momento especial na carreira. Aos 19 anos, já ocupa a 24ª posição do ranking mundial e se consolida como o principal nome do tênis masculino brasileiro na atualidade. Ele arrasta fãs por onde passa, acumula resultados expressivos e começa a lidar com um novo patamar de visibilidade — tanto dentro quanto fora das quadras. Em meio ao início da pré-temporada e aos planos imediatos para 2026, o jovem também revelou um sonho de longo prazo: disputar os Jogos Olímpicos.
Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, João abriu o coração ao falar sobre a possibilidade de representar o Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.
— Seria uma honra representar o Brasil nas Olimpíadas, uma oportunidade imensa. Ficar ali ouvindo o hino é emocionante. Estou ansioso para o que vem por aí, mas falta um tempinho ainda — afirmou.
A fala sintetiza a postura do atleta: foco no presente, mas sem esconder as ambições que carrega para o futuro. João segue firme no planejamento de curto prazo — algo que sua equipe reforça constantemente —, mas admite que a chance de competir em uma edição olímpica está, sim, em seus planos.
Rotina intensa e apoio crescente dos fãs
Apesar da pouca idade, João já vive a rotina de um atleta consolidado. Representou o Brasil em edições da Copa Davis, sempre atuando fora de casa, e voltará a vestir verde e amarelo em fevereiro de 2026, quando o país enfrentará o Canadá na primeira fase classificatória do torneio.
Mesmo sem ter disputado a Davis em território nacional, João se acostumou com o carinho dos fãs, que marcam presença em todos os torneios do circuito. O ápice dessa conexão acontece no Rio Open, onde milhares de admiradores — os famosos “fonsequizados” — lotam o Jockey Club para empurrar o jovem ídolo.
Para ele, esse reconhecimento ainda soa surreal.
— É uma honra ver as crianças pedindo foto. Elas dizem que se inspiram em mim, que querem ser como eu. É absurdo porque, quatro ou cinco anos atrás, era eu quem pedia isso aos meus ídolos. Tudo mudou muito rápido e isso me motiva cada vez mais — contou.
Inspiração dentro e fora das quadras
Mais do que resultados, João Fonseca desperta identificação. Seu carisma, a forma simples de se comunicar e a postura profissional têm inspirado uma nova geração de tenistas no Brasil. Nas academias do país, seu nome já se tornou referência.
Essa influência também é motivo de responsabilidade. De acordo com João e sua equipe, cada nova temporada exige preparação mais intensa, foco diário e o entendimento de que o crescimento dentro do esporte acontece por etapas — algo que o próprio atleta faz questão de reforçar.
O que vem pela frente
Antes de pensar nos Jogos de 2028, João tem uma agenda cheia. Ele volta às quadras oficialmente em 8 de dezembro, em Miami, para uma partida de exibição ao lado de Carlos Alcaraz, atual número 1 do mundo.
Depois, viaja para a Austrália para disputar:
- ATP 250 de Brisbane (a partir de 29 de dezembro)
- ATP 250 de Adelaide (6 a 11 de janeiro)
Os torneios servirão de preparação para o Australian Open 2026, o primeiro Grand Slam da temporada. O objetivo: chegar ao torneio entre os cabeças de chave, algo bastante possível considerando sua atual colocação no ranking.
Mais adiante, virão também:
- Copa Davis contra o Canadá (6 a 8 de fevereiro)
- ATP 250 de Buenos Aires (defendendo o título)
- Rio Open (16 a 22 de fevereiro)
- Masters 1000 de Indian Wells e Miami, em março
