Estádio do Flamengo 10 anos

Flamengo apresenta diagnóstico técnico e novo projeto para o Estádio do Gasômetro

Bap e FGV detalham inconsistências do plano anterior e apresentam proposta realista de custos, prazos e financiamento para viabilizar estádio

Na noite desta quarta-feira (17), o Flamengo deu um passo importante no projeto de construir seu próprio estádio. Em reunião com o Conselho Deliberativo, o presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apresentou um diagnóstico técnico e um novo planejamento para o Estádio do Gasômetro. O encontro contou com a participação de Alexandre Rangel, sócio da RRA Consultoria, e de Ricardo Simonsen, Henrique Castro e Bauer Rachid, da FGV Conhecimento, responsáveis pelos estudos de viabilidade.

Os especialistas detalharam os resultados de sete meses de trabalho, que incluíram sondagens de solo, análises de topografia, estudos arbóreos, avaliação de patrimônio histórico e diagnóstico de contaminação do terreno. O objetivo foi revisar o projeto inicial, corrigindo distorções e criando um modelo que viabilize o estádio sem transformar o clube em SAF e sem comprometer o desempenho esportivo.

Custos, receitas e prazos revisados

Segundo a FGV, o orçamento do projeto anterior apresentava inconsistências significativas. O custo total do estádio, estimado em R$ 1,9 bilhão na proposta antiga, foi atualizado para R$ 3,1 bilhões quando incluídos inflação, contingências e custo de capital.

As receitas também foram reavaliadas. O plano original previa um valor médio de ingresso de R$ 195,44 — mais que o dobro da média atual — e um percentual de 30% de assentos VIP ou Premium, considerado excessivamente elitizado. Os patrocínios e a antecipação de Naming Rights também estavam inflados, assim como os valores estimados das CPACs, que caíram de R$ 552 milhões para R$ 194 milhões após revisão da FGV.

Em relação ao cronograma, o novo estudo mostrou que a previsão de inauguração para dezembro de 2029 era irreal. O terreno ainda abriga uma subestação da Naturgy, que ocupa 55% da área e precisa ser relocada. Esse processo levará cerca de quatro anos, seguido de 18 a 24 meses para descontaminação do solo. Com essas etapas, a construção só poderia começar por volta de 2032, com prazo mínimo de entrega em 2034.

Novo projeto: estádio mais popular e financeiramente viável

Para adequar o plano à realidade, a FGV e a Arena apresentaram um novo projeto, mais popular e com custos otimizados:

  • Capacidade de 72 mil lugares, com redução de assentos premium.
  • Custo total revisado para R$ 2,2 bilhões, incluindo estádio, contingências, terreno, custo de capital e obras do entorno.
  • Prazo mínimo de conclusão em julho de 2036, dependendo de fatores externos como remanejamento da Naturgy.
  • Financiamento baseado em geração de recursos internos, preservando o desempenho esportivo e a saúde financeira do clube.

Próximos passos

Bap encerrou a reunião detalhando o que vem pela frente. No curto prazo, o clube vai acompanhar o processo de remanejamento da Naturgy junto à Prefeitura, iniciar a demolição e limpeza do terreno, monitorar a aprovação legislativa das CPACs e formalizar o Termo Definitivo com AGU, Caixa e Prefeitura. No médio e longo prazo, a prioridade será a estruturação do projeto executivo e o início da construção.

Com a revisão técnica e o novo planejamento, o Flamengo busca garantir que o futuro estádio seja viável, financeiramente responsável e, principalmente, identificado com a torcida rubro-negra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top