Em 2024, as despesas totais dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro bateram R$ 7,8 bilhões, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. O dado, que supera o aumento das receitas recorrentes no mesmo período, revela um cenário preocupante: os gastos seguem crescendo, mesmo sem a garantia de receitas futuras sustentáveis.
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📊 Evolução das Despesas Totais da Série A (2020-2024)
O crescimento de despesas foi quase generalizado entre os clubes. Apenas o Botafogo, com dados estimados, conseguiu reduzir suas despesas em 2024. A média de despesas dos clubes em relação às receitas foi de 75% — um patamar preocupante que coloca em risco o equilíbrio financeiro.
Despesas por clube: o peso dos grandes e o risco dos pequenos
Os grandes clubes lideram a lista das maiores despesas. Flamengo, Corinthians e São Paulo são os que mais gastaram, refletindo o poder de investimento, mas também um risco maior diante da volatilidade das receitas.
🔢 Despesas Totais por Clube (2024)
| Clube | Despesas (R$ mi) |
|---|---|
| Flamengo | 931 |
| Corinthians | 747 |
| São Paulo | 699 |
| Palmeiras | 653 |
| Fluminense | 551 |
| Atlético MG | 452 |
| Botafogo | 425 |
| Grêmio | 408 |
| Internacional | 391 |
| RB Bragantino | 341 |
| Bahia | 339 |
| Cruzeiro | 338 |
| Vasco | 337 |
| Athletico | 321 |
| Fortaleza | 291 |
| Vitória | 163 |
| Cuiabá | 132 |
| Atlético GO | 101 |
| Criciúma | 98 |
| Juventude | 90 |
Custo com pessoal domina, mas há outros vilões
Segundo o relatório, as despesas com pessoal (salários e encargos) ainda são o maior peso das contas, respondendo por quase 50% das receitas. No entanto, são os outros custos operacionais e despesas financeiras — como dívidas e encargos — que puxam a média para cima.
O caso do Bahia, por exemplo, mostra que mesmo clubes com suporte externo (como o City Football Group) sofrem para equilibrar as contas diante de um aumento expressivo de despesas. Já São Paulo e Corinthians figuram entre os clubes com maior crescimento de despesas em 2024, mesmo com dívidas elevadas.
Reflexo no campo e a necessidade de gestão
A reportagem destaca que gastar mais não significa automaticamente desempenho esportivo melhor. O Palmeiras e o Flamengo, clubes mais organizados, conseguem converter parte dos gastos em resultados. Mas para outros, como São Paulo e Vasco, o aumento de despesas apenas amplia o risco de déficits operacionais.
O relatório conclui que a “corrida de gastos” precisa ser contida e acompanhada de gestão eficiente, sob pena de repetir os erros do passado: “O dinheiro aumentou, mas ao invés de resolver problemas, serviu para ampliá-los”, alerta o documento.
