Crise financeira força 777 Partners a leiloar ações do Vasco e de clubes europeus

A crise financeira que atinge a 777 Partners chegou a um ponto crítico. A empresa norte-americana anunciou que vai leiloar nesta sexta-feira (6), em Nova York, as ações que detém no Vasco da Gama e em outros cinco clubes europeus. A medida, revelada pelo site norueguês Josimar Football, busca reduzir o passivo que se acumulou nos últimos meses e marca mais um capítulo das dificuldades enfrentadas pela companhia.

Além do Vasco, a 777 Partners colocará à venda suas participações no Genoa (Itália), Sevilla (Espanha), Standard de Liège (Bélgica), Red Star (França) e Hertha Berlin (Alemanha). Os interessados poderão apresentar propostas tanto presencialmente quanto de forma digital.

Acordo judicial e dívida bilionária

A venda das ações foi autorizada judicialmente depois que a 777 Partners não conseguiu cumprir compromissos financeiros com a seguradora A-CAP, responsável por financiar os investimentos da empresa no futebol e em outros setores. A dívida da companhia já alcançava US$ 350 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) no final de 2024, agravada pela fracassada tentativa de vender o Melbourne Victory, da Austrália.

No Brasil, o afastamento da 777 Partners da gestão do Vasco foi determinado pela Justiça em maio. Desde então, a presidência executiva da SAF vascaína está sob o controle de Pedrinho, eleito em 2023. A decisão judicial suspendeu todos os contratos com a empresa americana, encerrando de vez sua influência sobre o futebol do clube carioca.

Incertezas e possíveis medidas legais

Ainda não há estimativas sobre quanto será arrecadado no leilão ou informações sobre possíveis compradores para as participações. Enquanto isso, o Vasco estuda medidas legais para buscar ressarcimento pelos prejuízos causados durante a gestão da 777 Partners.

Felipe Carregal, vice-presidente jurídico do clube, afirmou que o objetivo do Vasco é obter reparação pelos danos financeiros acumulados no período. “A volta da 777 e da A-CAP é inviável do ponto de vista jurídico e de gestão. Eles vão falar: ‘você acha que o Vasco deve R$ 310 milhões do que aportei’. E eu vou falar do outro lado: ‘você me deu um prejuízo de R$ 400 milhões. Você me deve R$ 100 milhões’”, declarou Carregal após a vitória no Tribunal.

Com a iminência do leilão e a incerteza sobre o futuro das participações, o caso expõe as consequências da instabilidade financeira da 777 Partners e reacende as discussões sobre a segurança jurídica e econômica das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no Brasil.

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