O futsal feminino brasileiro viveu um dia histórico nas Filipinas. A Seleção venceu Portugal por 3 a 0 e levantou a primeira taça da Copa do Mundo Feminina de Futsal organizada pela FIFA. Com atuação madura, eficiente e em sintonia com o peso da decisão, o time comandado por Wilson Sabóia confirmou o favoritismo construído ao longo da campanha e coroou uma geração que já colecionava títulos no Mundialito e no cenário sul-americano.
A final refletiu o padrão de jogo que marcou toda a trajetória do Brasil no torneio. A seleção começou com ritmo forte, ocupou o campo ofensivo e abriu o placar com Emily, artilheira da competição. Amandinha ampliou ainda no primeiro tempo, aproveitando uma falha na saída portuguesa. Na etapa final, Débora Vanin fechou o placar e selou uma vitória sem sustos. Se o resultado não foi mais largo, deve-se ao desempenho da goleira Ana Catarina, destaque de Portugal e eleita a melhor da Copa.
Atuação sólida e domínio desde os primeiros minutos
Com postura agressiva, o Brasil controlou a posse e criou as principais oportunidades. A equipe encaixou marcação alta e pressionou Portugal em todas as tentativas de construção. O equilíbrio defensivo, somado à velocidade nas transições, deixou o adversário sem alternativas consistentes. Mesmo quando Portugal conseguiu avançar, parou nas defesas de Ana Luiza, que manteve a tranquilidade da equipe nos momentos de pressão.
A presença de Emily foi determinante. Além do gol que abriu o caminho, a camisa 11 conduziu o ataque com precisão, criou espaços e finalizou com perigo em diversas ocasiões. A artilheira saiu da final com dois prêmios individuais: a Chuteira de Ouro, por seus sete gols, e a Bola de Ouro, entregue à melhor jogadora do torneio.
Emily celebra título inédito: “Não é fácil ganhar a Copa”
A emoção tomou conta da equipe após o apito final. Emily resumiu o sentimento coletivo em entrevista ainda na quadra. Ela destacou esforço, união e dedicação do grupo nos últimos 52 dias de preparação e relembrou o impacto do título para as próximas gerações do futsal feminino no país. A atleta repetiu que a primeira edição da Copa traz um simbolismo especial e que vencer um torneio desse porte exige resiliência e foco a cada jogo.
Sabóia valoriza trabalho e aposta em legado duradouro
O técnico Wilson Sabóia, visivelmente emocionado, reconheceu o peso da conquista e projetou seus efeitos no longo prazo. Ele ressaltou o comprometimento da comissão técnica e das jogadoras, que passaram por um período intenso de treinos, viagens e avaliações. Para o treinador, o título deve estimular o crescimento da modalidade em escolas, clubes e universidades, gerando mais atletas, mais profissionais qualificados e um ambiente mais competitivo e estruturado para o futsal feminino brasileiro.
Seleção alcança 43 vitórias seguidas e mantém hegemonia
O título veio acompanhado de um feito impressionante. A seleção chegou a 43 vitórias consecutivas, a maior sequência do mundo na modalidade. A última derrota havia sido em 2022, contra a Espanha. Desde então, o Brasil marcou 303 gols e sofreu apenas 17, números que ajudam a dimensionar a superioridade do time em relação aos principais concorrentes internacionais.
Campanha marcada por goleadas e domínio técnico
A trajetória até a final deixou poucas dúvidas sobre o favoritismo brasileiro. Na fase de grupos, o Brasil venceu Irã por 4 a 1, goleou a Itália por 6 a 1 e aplicou 9 a 0 no Panamá. Já no mata-mata, o time se impôs com autoridade: 6 a 1 no Japão nas quartas e 4 a 1 na Espanha na semifinal.
Resultados do Brasil na Copa do Mundo Feminina de Futsal:
Brasil 4 x 1 Irã
Brasil 6 x 1 Itália
Panamá 0 x 9 Brasil
Brasil 6 x 1 Japão
Brasil 4 x 1 Espanha
Brasil 3 x 0 Portugal
Experiência em quadra e elenco decisivo até o fim
A pivô Lucileia, de 42 anos, foi a jogadora mais experiente entre as 224 atletas do Mundial. A seleção brasileira também registrou a maior média de idade do torneio, com 33 anos e três meses, o que reforça o papel da vivência competitiva na montagem do elenco. Portugal, finalista, tinha média de 28 anos e sete meses.
A lista brasileira contou com Júlia, Débora Vanin, Bianca, Taty, Tampa, Simone, Diana, Luana Rodrigues, Emilly, Lucileia, Camila, Amandinha, Natalinha e Ana Luiza.
Prêmios individuais
Bola de Ouro: Emily (Brasil)
Bola de Prata: Débora Vanin (Brasil)
Bola de Bronze: Lídia Moreira (Portugal)
Fair Play: Brasil
Chuteira de Ouro: Emily (Brasil)
Chuteira de Prata: Irene Córdoba (Espanha)
Chuteira de Bronze: Lídia Moreira (Portugal)
Na disputa pelo terceiro lugar, a Espanha derrotou a Argentina por 5 a 1 e completou o pódio da primeira Copa do Mundo Feminina de Futsal.
