Estudo aponta que nove clubes do Brasileirão não cumprem fair play financeiro

O fair play financeiro ganhou força no debate do futebol brasileiro e já está sendo avaliado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em conjunto com os clubes da Série A. Um levantamento da consultoria SportsValue, baseado nos resultados financeiros de 2022 a 2024, mostrou que nove clubes não se enquadrariam nas regras do modelo, caso ele já estivesse em vigor.

Segundo a metodologia, três pontos são fundamentais para definir a regularidade financeira das equipes:

  • Déficit máximo de R$ 20 milhões em média anual;
  • Limite de 73% das receitas para gastos com salários e contratações;
  • Endividamento controlado, com índice Dívida Líquida/Receita abaixo de 2,0.

Os clubes “reprovados” no estudo

De acordo com o levantamento, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, São Paulo, Santos e Vasco ultrapassaram os limites permitidos, acumulando déficits bem acima do teto.

Veja os números médios de déficit nos últimos três anos:

  • Botafogo SAF: R$ -200,4 milhões
  • Bahia SAF: R$ -130,1 milhões
  • Atlético-MG SAF: R$ -117 milhões
  • São Paulo: R$ -104,1 milhões
  • Vasco da Gama SAF: R$ -101,2 milhões
  • Corinthians: R$ -55,1 milhões
  • Santos: R$ -31,3 milhões
  • Grêmio: R$ -26,9 milhões

Outros clubes, como Coritiba SAF (-14,7 milhões), Vitória (-10,2 milhões) e Ceará (-4,2 milhões), também apresentaram déficit, mas dentro do limite de R$ 20 milhões negativos, o que os colocaria como aptos dentro da regra.

Quem se destacou positivamente

Em contrapartida, dez clubes mostraram equilíbrio e até superávits significativos no período. Athletico-PR e Flamengo lideraram a lista, ambos com resultado positivo de R$ 151,5 milhões entre 2022 e 2024.

Na sequência aparecem:

  • Palmeiras: R$ 75 milhões
  • Internacional: R$ 45 milhões
  • Cuiabá SAF: R$ 42,6 milhões
  • Fluminense: R$ 28,6 milhões
  • Red Bull Bragantino Ltda: R$ 26,7 milhões
  • Cruzeiro SAF: R$ 21,9 milhões
  • Fortaleza SAF: R$ 6,1 milhões
  • Atlético-GO SAF: R$ 3,5 milhões

Impacto para o futuro do Brasileirão

Com a implementação do fair play financeiro, a expectativa é que os clubes brasileiros tenham maior disciplina nos gastos e passem a investir de maneira mais sustentável. A medida busca evitar situações de endividamento excessivo, garantir estabilidade econômica e aumentar a competitividade esportiva.

A CBF deve seguir dialogando com as equipes da Série A para estruturar o modelo, que pode trazer mudanças significativas no modo como os clubes administram suas finanças. Caso entre em vigor, times que não cumprirem os requisitos podem sofrer sanções esportivas e administrativas, nos moldes do que já acontece na Europa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top